quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Reposição salarial: Servidores manterão atos até serem recebidos pelo Governador



O Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais (Fuaspec) manterá a realização de atos em defesa da reposição salarial até seus representantes serem recebidos pelo governador Camilo Santana. Esta foi uma das deliberações da reunião de ontem (6/8), ocorrida na sede da Fundação Sintaf, pela manhã. Os dirigentes sindicais também solicitarão uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) para apresentar o estudo do Fuaspec sobre as finanças estaduais, comprovando a viabilidade financeira da reposição de 20,64%.

Durante a reunião, os participantes avaliaram o ato do último dia 1º. “A plenária concordou que o movimento do dia 1º de agosto foi positivo, ainda que não tenhamos sido recebidos pelo governo, pois contamos com a adesão das centrais sindicais e de novas categorias que antes não participavam”, enfatizou o coordenador geral do Fuaspec, P. Queiroz. 

Próximo ato em 2 de setembro


Os atos em defesa da reposição salarial são convocados para o primeiro dia útil de cada mês e acontecem na Esquina da Resistência (Barão de Studart com Tenente Benévolo), já que os manifestantes são impedidos de chegar à frente do Palácio da Abolição. O próximo acontecerá no dia 2 de setembro, a partir das 8h. 

“O movimento é crescente e deve continuar. Enquanto o governador não sentar conosco para definir o reajuste, estaremos na Esquina da Resistência”, defendeu o diretor de Organização do Sintaf, Lúcio Maia.

Audiência pública


A audiência pública será solicitada através do deputado Renato Roseno (PSol) e deve acontecer antes da agenda marcada com o secretário Mauro Filho, em 30 de agosto, sobre o mesmo tema. “Também iremos aos deputados solicitar que eles cobrem do Governador essa responsabilidade para com os servidores, que estão sem reposição salarial desde 1º de janeiro”, acrescentou P. Queiroz.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Em Defesa da Reposição Salarial: movimento cresce com a insatisfação dos servidores



No terceiro Dia de Luta em Defesa da Reposição Salarial, mais de 400 servidores responderam à convocação do Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais (Fuaspec) na manhã desta quinta-feira (1º/8). Sem acesso ao Palácio da Abolição, que amanheceu cercado por grades, os servidores públicos ocuparam a esquina das ruas Barão de Studart e Tenente Benévolo – que chamaram de Esquina da Resistência. Fazendários, educadores, professores, servidores da saúde, policiais, odontólogos, agentes penitenciários, servidores do Ministério Publico, Oficiais de Justiça, enfermeiros e tantos outros se uniram para mostrar ao governo que não aceitarão mais um ano de perdas salariais.

O diretor de Organização do Sintaf, Lúcio Maia, ressaltou que o governo está descumprindo a legislação estadual, que fixou a data base dos servidores em 1º de janeiro de cada ano. “O orçamento público prevê dotação orçamentária para pessoal e isso inclui a reposição salarial”, destacou. “Essa história de dizer que o Estado está com dificuldade não é verdade. Os relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de junho deste ano, referentes ao 1º semestre, mostram que o Estado está muito bem. Orçamentariamente nós temos superávit de mais de R$ 2 bilhões de reais. O caixa bruto do Estado corresponde hoje a R$ 5 bilhões de reais. Esses recursos podem ser gastos com custeio, incluindo a despesa com pessoal e investimentos em benefício da sociedade. O que falta é vontade política para o governador sentar conosco e negociar”, assegurou. 

“É um total desrespeito com os servidores. Enquanto o governo afirma que o Estado não tem condições de dar o reajuste, a imprensa noticia o superávit. Não podemos ficar calados”, criticou o diretor do Sintaf, Bira Fontenele. “O movimento está crescendo e vai crescer ainda mais. O governador só vai nos atender quando fizermos uma grande paralisação no Estado”.

Pela abertura das negociações


Presente ao ato, o deputado estadual Renato Roseno (Psol) destacou que o superávit anunciado pelo governo foi obtido às custas do sacrifício dos trabalhadores do serviço público. “Os servidores já acumularam perdas que corroeram 20,64% do seu salário, ou seja, perderam 1/5 do seu poder de compra. E isso é sentido na hora de pagar as contas”, evidenciou. “É por isso que estamos aqui reivindicando uma abertura real de negociação. A reposição salarial dos servidores é assunto prioritário. Colocamos o nosso mandato em favor dessa luta”, concluiu.




Descaso com o serviço público


O coordenador geral do Fuaspec, P. Queiroz, lamentou a forma desrespeitosa com que o governador trata os servidores, negando-se a sentar com seus representantes na Mesa Estadual de Negociação Permanente (MENP), instituída por lei. “O governador deveria sentar conosco duas vezes por ano e seus secretários, mensalmente, para que nós pudéssemos discutir as principais questões do serviço púbico. Infelizmente, a última vez que o Governador participou da MENP foi em meados de 2016”. É por essa razão que o Fuaspec deliberou pela realização dos atos de forma mais expressiva, demonstrando à sociedade o descaso que tem ocorrido no serviço público. “Não lutamos apenas pela valorização do servidor, mas por um serviço público de qualidade”, ressaltou.

Respeito à sociedade


Para a professora Sandra Gadelha, presidente do Sinduece, fortalecer o servidor público é respeitar a sociedade. “O servidores desempenham um trabalho público, e esse serviço é para toda a sociedade. Valorizar o servidor é valorizar a própria sociedade cearense”, garantiu. “Como é que o governo Camilo não enxerga isso? Fica evidente que existem outras prioridades. Seriam as parcerias público-privadas? As privatizações? Há muitos meios de atacar o público. Não dar a reposição – que é um direito dos servidores – é uma delas. Não realizar concurso para recompor os quadros do Estado é outro. Nós que somos sociedade e somos servidores temos que estar aqui reforçando que estamos defendendo o público”, enfatizou. A professora destacou ainda que o Estado exerce um papel fundamental na nossa sociedade. “Nós pagamos nossos impostos e esses recursos têm que voltar em forma de serviços dignos, de qualidade. Não é porque o capital está em crise, porque o mercado está nervoso, que nós vamos desanimar. Nossa festa é na rua; é aqui que nós garantimos as nossas conquistas, é aqui que damos voz aos anseios da sociedade”. 



A luta continua


Ao final da manhã, a coordenação do Fuaspec decidiu marcar nova reunião para dar continuidade às mobilizações. O próximo encontro será na terça-feira, dia 6 de agosto, a partir das 9h, na sede da Fundação Sintaf. Os servidores destacaram que o objetivo é fortalecer cada vez mais o Fuaspec como instância de representação dos trabalhadores no serviço público estadual.